sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Materia no Folha Ilustrada

ILUSTRADA

26/11/2009 - 08h10

Força da grana gera rimas sobre consumo no funk de SP

FERNANDA MENA
da Folha de S.Paulo

Quando o funkeiro MC Bio-G3 sentou à mesa do subprefeito da Cidade Tiradentes, Renato Barreiros, para discutir o volume do batidão dos bailes que promovia no pedaço, não poderia imaginar final mais feliz.


Fabio Braga/Folha Imagem
MC Bio-G3, Caroline Gonçalvez e Backdi fazem sucesso com "Bonde da Juju", música que cita marcas
MC Bio-G3, Caroline Gonçalvez e Backdi fazem sucesso com "Bonde da Juju"


Daquele encontrou surgiu um acordo sobre o som dos bailes e um festival de funk, bancado pela Subprefeitura sem ajuda das secretarias de cultura da Prefeitura e do Estado.
No regulamento, uma premissa crucial requisitada pela Subprefeitura: as músicas concorrentes não poderiam fazer apologia ao crimes, às drogas ou à promiscuidade sexual.
Para Bio-G3, era tarefa fácil. Ele mesmo é autor de um hit dos bailes que caberia nas regras do concurso. "Bonde da Juju", que já teve mais de um milhão de acessos no YouTube, trata do objeto de desejo da vez entre os jovens da periferia paulistana: um par de óculos modelo Juliet da marca Oakley.
Kit
Como diz a letra, os óculos chegam a custar mais "de um barão" (R$ 1.000) e fazem parte daquilo que os funkeiros de São Paulo chamam de "kit", ou seja, os itens de vestimenta que todo garoto dali gostaria de "portar" (vestir). Faz parte dele uma corrente de ouro, camisetas da marca Ecko e tênis Nike. É a força da grana, diria Caetano Veloso.
O consumo e a ostentação de marcas fazem parte do universo temático desse funk da periferia. "É uma maneira de inserção social. Esse apelo do consumo está em toda parte e, nas letras, representa um desejo de estar no centro", avalia Alexandre Pereira, pesquisador do Núcleo de Antropologia Urbana da USP.
Garotas
Para Pereira, uma das razões para o funk ter tomado parte do lugar do hip hop e do rap nas periferias paulistanas se deve à maneira como o ritmo mobiliza as mulheres. "A mulher tem um lugar de destaque no funk que não necessariamente acontece com o rap."
Em sua segunda edição, que acontece no próximo final de semana na Cidade Tiradentes, o Funk Festival vai apresentar a um júri as músicas selecionadas entre 45 inscritas, além de shows dos três primeiros colocados da premiação de 2008: MC Dedê, MC Jé Bolado e MC Beto Brazil.

Reportagem no Folha de S.Paulo

07/06/2010 - 07h16
FOLHATEEN

"FOLHA DE SÃO PAULO"

Para fugir do "proibidão" carioca, funkeiros de SP lançam CD que pega leve
IURI DE CASTRO TÔRRES
DE SÃO PAULO


Divulgação

Jovens MCs de São Paulo participam da coletânea "Permitidão", que reúne música funk "da paz"

Rulian Henrique, 14, é conhecido como MC Bomba na zona leste de São Paulo, onde ele empunha microfone ao lado de Gabriel Marques, 12, o MC Miudico. "Funk não precisa ser sobre violência, pode ser sobre paz", diz.

A dupla assina "Professora, Dá um Tempo", faixa da coletânea "Permitidão", que será lançada nesta semana. Ela reúne artistas que, ao contrário dos "proibidões" cariocas, preferem cantar sobre assuntos sociais a exaltar sexo e violência.

Na música, os dois estão mais interessados em brincar do que em estudar, mas, no fim, se rendem aos livros.
Gravado no estúdio da Estação da Juventude, em Cidade Tiradentes (zona leste), o CD traz nomes conhecidos, como Backdi e Bio G3 ("Bonde da Juju" e "Gisele da Favela"), e outros que despontaram agora.

Roupas, mulheres e dificuldades da vida na periferia de uma grande cidade são os temas principais do funk paulistano, batizado de "permitidão" em reportagem do caderno Ilustrada de novembro de 2009.

"Misturamos elementos do rock e da música eletrônica nas faixas", explica DJ Maguinho, que produziu quatro faixas da coletânea. "O importante é dançar."

Para quem quiser conferir o batidão, o 3º Festival de Funk de Cidade Tiradentes é no dia 19 de junho, às 14h, na av. dos Metalúrgicos, próximo ao terminal de ônibus antigo, com entrada gratuita.

Haverá campeonato de MCs e apresentações de Sany Pitbull e Menor do Chapa, em parceria com a Redbull.

Ouça trechos das faixas "Bonde da Juju", de Backdi e Bio G3, e "Professora Dá um Tempo", de MC Bomba e MC Miudico.

Veja a Reportagem original no site da Folha de Sp http://www1.folha.uol.com.br/folhateen/745587-para-fugir-do-proibidao-carioca-funkeiros-de-sp-lancam-cd-que-pega-leve.shtml 

O SITE MIX CULTURA FAZ ENTREVISTA COM BIO G3

Confira o conteudo no site http://www.mixcultura.com.br/ ou leia o resumo aqui:

MC BIO G3, DE CIDADE TIRADENTES (ZONA LESTE DE SÃO PAULO), PADRINHO DO FUNK PAULISTA QUE CANTA “BONDE DA JUJU”

Vinte anos depois de dominar os morros do Rio de Janeiro, o funk carioca pegou a ponte aérea para render o reduto do rap, dos manos e das minas, ao som do pancadão.
A partir de 2006 o ritmo virou febre nas periferias de São Paulo e fez escola na Cidade Tiradentes, na Zona Leste da Cidade de São Paulo, que é considerado o maior complexo de conjuntos habitacionais da América Latina. Ali, emerge hoje uma geração de MCs engajada numa versão de funk bem-comportada. Coisa de paulista.
O ritmo ganhou em São Paulo letras acima de qualquer censura, é o chamado funk consciente, funk melody e funk do bem, tendo como apelido o funk “permitidão”, diferentemente do funk carioca conhecido como “proibidão”.
Em São Paulo, o padrinho do funk é o MC BIO-G3 (Nome: Cleber Passos, nascimento em São Paulo em 13/03/84), morador da zona leste, passou a maior parte da sua infância na Cidade Tiradentes). Foi por conta de um problema com a Prefeitura de São Paulo que BIO-G3 se tornou padrinho do funk paulistano na zona leste. “Fazia bailes para mais de 10 mil pessoas e comecei a ter problemas com a Subprefeitura da Cidade Tiradentes por causa do barulho”.
De uma conversa com o subprefeito Renato Barreiros nasceu uma parceira: o Funk Festival. O evento revelou talentos do leste da cidade em 2008 e repetiu a dose nos anos de 2009 e 2010.
No regulamento, uma premissa crucial requisitada pela Subprefeitura: as musicas concorrentes não poderiam fazer apologia aos crimes, as drogas ou á promiscuidade sexual.
Para BIO-G3 é uma tarefa fácil. Ele mesmo é autor de um hit dos bailes que caberia nas regras do concurso. “Bonde da Juju”, que já teve mais de dois milhões de acessos no YOUTUBE.
O movimento funk de São Paulo é um movimento cultural que caiu no gosto dos jovens da capital.
Cabe a população e as autoridades do legislativo e do executivo dar apoio, justamente para que esses artistas não vejam o crime como o único disposto a dar apoio a algo que eles queiram fazer.
E após tantos óbices, mas sempre com muita força de vontade, o BIO-G3 conseguiu inaugurar, em 06/08/2010, junto com os sócios, a Conexão Urbana, a única opção de lazer com ligação á cultura (musica) sediada na Cidade Tiradentes, a casa noturna está localizada na Estrada do Iguatemi nº 3849, e a programação semanal está fixada no site: www.conexaourbana.com, com variações de ritmos, sendo: funk, pagode, eletrônico, forró e etc.
Engajado em ampliar as opções de lazer e apoio a cultura o BIO-G3 encontrou-se, em Setembro/2010, com o candidato á Deputado Federal Cleomenes Junior, pessoa que já desenvolve um trabalho junto á comunidade da Vila Inhocuné no Caldeirão, bem como, no CDC São Luiz no Bairro de A. E. Carvalho.
BIO-G3 solicitou que o candidato, caso seja eleito, direcione seu empenho e desenvolva projetos de lei que possam melhorar a qualidade de vida dos moradores da região leste de São Paulo, e em especial, que incentive a cultura, o esporte e o lazer para a população da região.
O candidato a Deputado Federal Cleomenes Junior está disputando o cargo pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), nº 1427.
Espera-se que seja dado mais um grande passo em prol da população menos privilegiada financeiramente, e que os artistas sejam reconhecidos pelo trabalho que está sendo desenvolvido, pois muito colabora para o desenvolvimento do país.
Visitem os sites: www.youtube.com/watch?v=tWvoyK23N-k  e  www.conexãourbana.com